quinta-feira, 25 de novembro de 2010

EU SÓ QUERO um dengo, um chamego, uma coisa a mais, pra me tirar dessa vida de solidão, pra poder sentir novamente aquele vento, aquele sossego. quero deitar na rede e pensar que nada é real, que tudo é sonho, e lindo. e mesmo que as rosas tenham espinhos, eu até desejo um mar de rosas. sutilidade e suavidade, felicidade, facilidade de sorrir. só quero uma razão pra dizer eu te amo mais vezes, pra olhar as estrelas, ou ao menos enxergar estrelas no céu. quero olhar as nuvens e dizer as formas que elas tem, mesmo que a outros olhos não tenha forma de nada a não ser de nuvens. quero sentir a terra girar em torno de mim, e eu girando ao redor do sol. ouvir outras palavras, saindo de outras bocas, sentir a respiração, a pele, a sede do outro. eu estou com fome de sentir fome, estou com vontade de sentir vontade. penso que perdi o chão, ou caí alguns degraus. vejo que o teto sumiu, e a chuva agora cai sobre mim, mas eu nem ao menos posso senti-la, vejo que as paredes cairam e minha proteção se foi. espero o tudo de bom, sentada no infinito, num espaço, num além, sem chão, sem parede, e sem teto. tentando ser alguém sozinha, sabendo que preciso de alguém. crescendo enquanto me humilho a minha forma humana, porque cansei de ser deusa do mundo, cansei de proteger. sinto que preciso de proteção, sinto que preciso de um amor talvez. acho que preciso me apaixonar um pouco mais pela vida, pela natureza, porque o mundo me traiu, e até o mundo cansa de enganar as vezes.

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